Home Ciência e Tecnologia Câmeras de celulares top de linha realmente tiram boas fotos? – Canaltech

Câmeras de celulares top de linha realmente tiram boas fotos? – Canaltech

by Infonew

Os celulares topo de linha são cada vez mais elogiados pelo conjunto fotográfico de qualidade. Mas ainda fica a dúvida para muita gente se eles realmente tiram boas fotos e se precisa de tanta câmera para isso.

Sobre a segunda questão, eu já adianto que sim. Ao menos no caso dos topo de linha, a maioria dos mais modernos tem hardware de qualidade e entrega resultados geralmente bons mesmo com sensores de menor resolução. E houve um bom avanço dos últimos anos para os lançamentos mais recentes.

Nos próximos parágrafos, eu vou explicar se as câmeras dos celulares topo de linha realmente tiram boas fotos. Lembrando que, para fazer esta análise, eu testei pessoalmente uma grande parte dos modelos mais recentes e falo especificamente de alguns deles ao longo do texto.

O que são celulares topo de linha?

Esta é a categoria mais fácil de descrever: celulares topo de linha são aqueles que possuem o melhor chip possível no momento de seu lançamento. Não importa se é o da Qualcomm, da Apple, da Samsung ou da MediaTek, basta oferecer um desempenho bruto superior ao que as tarefas atuais exigem.

Mas claro que, como tudo no mundo de hoje, existem alguns poréns. O Moto G200 é topo de linha? Ele tem o Snapdragon 888 Plus, que era o melhor chip da Qualcomm no final de 2021. Mas possui alguns cortes de custos para entregar preço um pouco mais baixo, como a tela LCD.

Há quem considere o dispositivo da Motorola um topo de linha. Não tenho intenção de abrir esta discussão neste texto, mas se você quiser considerá-lo assim, tudo bem. Se não quiser, tudo bem, também.

Para mim, topo de linha tem o melhor chip possível e bom conjunto de especificações gerais. E isso inclui boas câmeras e também uma tela excelente. Mas o Moto G200 não deixa de ser topo de linha, até porque é o melhor Moto G que existe no momento.

O que são boas fotos

É difícil fazer uma classificação de boa foto, pois a fotografia é, além de tudo, uma arte. Mas dá para definir alguns critérios técnicos para analisar se uma foto é boa, que é o que nós, analistas, fazemos em nossos reviews — sem deixar de lembrar que, por mais que o hardware não seja excelente, é possível tirar fotos bacanas.

Uma câmera tecnicamente boa segue dois critérios simples: foco rápido e preciso; e bom alcance dinâmico. Ou seja, faz captura de fotos nítidas e bem iluminadas. Neste caso, boa iluminação significa bom equilíbrio, respeitando áreas claras e escuras com perdas mínimas de detalhes em nenhum ponto do enquadramento.

Outros fatores, como poucos ruídos em imagens (especialmente com pouca luz) e precisão de cores, também são avaliados. Porém, dá para relevar um pouco em ambos, já que mesmo as câmeras mais avançadas do mercado também podem falhar no balanço de branco e na qualidade em baixa luminosidade.

Observação: algumas fotos que ilustram esta matéria tiveram compressão do servidor e perderam um pouco da qualidade. Por conta disso, algumas delas podem não parecer tão boas quanto realmente são vistas na análise feita em um monitor bem calibrado.

Boa iluminação

Nos ambientes bem iluminados, até mesmo um celular mais simples faz fotos razoáveis hoje em dia. Mas dá para notar que um Moto G20, por exemplo, tem algumas falhas em iluminação, com faixa dinâmica baixa e cores pouco precisas. Isso é mais raro de ver em um topo de linha.

Dos modelos mais avançados que testei este ano, não vi falhas grosseiras em nenhum deles, mesmo em cenários mais desafiadores, como o contraluz. Até em cenários com muitos detalhes, nos quais alguns modelos podem entregar falhas devido à complexidade no processamento e compactação da imagem, vi bons resultados.

Diferença do processamento das câmeras do Lenovo Legion Duel, Redmagic 7 e iPhone 13 Pro (Imagem: Felipe Junqueira/Canaltech)

Mas com boa iluminação, e especialmente nas mãos de um fotógrafo habilidoso, até mesmo um intermediário tira fotos excelentes hoje em dia. Não vão competir com câmeras profissionais por conta da limitação física (sensores bem menores), mas chegam perto.

Os destaques da atualidade, a meu ver, são as séries Samsung Galaxy S22 e iPhone 13, além do Google Pixel 6 Pro. Mas acho que até o Motorola Edge 30 Pro vai bem com boa iluminação.

Zoom, modo retrato, macro e ultrawide

Os modos extras são o que diferenciam os celulares topo de linha dos intermediários atualmente. Aproximação óptica, campo de visão ampliada e desfoque do fundo têm resultados melhores nestes modelos do que em aparelhos um pouco mais modestos.

Não tenho muito o que reclamar dos topo de linha que testei recentemente neste sentido. As ultrawide, que eram consideravelmente inferiores às câmeras principais, hoje já entregam resultados bem bacanas, principalmente nos modelos que oferecem foco automático.

Macro de Motorola Edge 30 Pro, Samsung Galaxy S22 Ultra e iPhone 13 Pro lado a lado (Imagem: Felipe Junqueira/Canaltech)

O zoom, no entanto, ainda é um ponto fraco. Claro que alguns modelos já conseguem boas entregas com aproximação óptica, mas mesmo um Samsung Galaxy S22 Ultra ou um iPhone 13 Pro apresentam alguns erros em situações específicas. Há muito o que evoluir neste sentido, ainda.

O modo retrato está bom, apesar de também apresentar falhas ocasionais na maior parte dos modelos. Neste caso, porém, eu tenho uma preferência pessoal pelo desfoque natural. As empresas precisam trabalhar no desfoque da imagem respeitando as diferentes distâncias dos objetos nos celulares dos próximos anos.

Selfies

A câmera frontal ainda é o grande ponto fraco de uma grande quantidade de celulares modernos. Mesmo os topo de linha ainda têm algumas falhas nas selfies, incluindo problemas na faixa dinâmica, com entrega de áreas estouradas ou rosto muito escuro.

Dentre aqueles que eu testei recentemente, o Galaxy S22 Ultra é o melhor na maior parte dos cenários. O iPhone 13 depende muito de uma boa iluminação, e entrega resultados decepcionantes com pouca luz. O restante é mais irregular nos resultados.

Selfie de Motorola Edge 30 Pro, Samsung Galaxy S22 Ultra e iPhone 13 Pro lado a lado (Imagem: Felipe Junqueira/Canaltech)

É uma evolução boa se compararmos com os topo de linha de quatro anos atrás, até mesmo de alguns de dois anos. Mas ainda faltam alguns detalhes para que as selfies tenham qualidade indiscutível.

Modo noturno

Um recurso que se tornou tendência nos lançamentos mais recentes, o modo noturno é uma espécie de algoritmo que corrige imagens em alta exposição com baixa luminosidade. Basicamente, é uma maneira de tirar fotos com pouca luz sem tremidos e ruídos.

Mas mesmo os modelos topo de linha ainda falham ocasionalmente com este recurso. O melhor do momento é o Galaxy S22 Ultra. Mas o celular da Samsung ainda entrega imagens tremidas em alguns casos e exagera um pouco na claridade, e torna o céu escuro da noite em um céu de anoitecer, por exemplo.

Samsung impressiona com o modo noturno do Galaxy S22 Ultra (Imagem: Felipe Junqueira/Canaltech)

Por outro lado, a Samsung conseguiu superar a Apple, que era referência em modo noturno até a chegada do S22. O iPhone 13 entrega fotos muito boas com baixa luminosidade, mas ainda comete mais falhas do que o principal rival do mundo Android.

E muitas vezes entrega fotos escuras, que nem parecem ter o modo noturno ativado. Mesmo que o iOS ative automaticamente o recurso.

Outros celulares Android alternam entre fotos muito boas com pouca luz e fotos realmente ruins. Estão em um patamar consideravelmente abaixo de Samsung e Apple, no momento.

Câmeras de tops de linha realmente tiram boas fotos?

A resposta resumida é: sim, mas não sempre. E nem todo celular topo de linha tira fotos realmente boas em todos os cenários. Apenas um modelo atual, inclusive, se dá bem em muitas situações: o Galaxy S22 Ultra.

O iPhone 13 Pro me decepcionou um pouco nos resultados com pouca luz, e até em algumas selfies. Já do Motorola Edge 30 Pro eu esperava menos, para ser muito sincero, mas está claro que ele fica alguns degraus abaixo dos outros dois.

O Google Pixel 6 Pro também se dá muito bem em muitos cenários. Sobre os chineses, não posso falar muito por enquanto, pois faltam testes mais aprofundados e com meus próprios olhos para eu poder compará-los aos outros.

Mas é claro que, no geral, todos eles conseguem fotos com processamento melhor do que grande parte dos intermediários. Talvez um ou outro modelo esteja no mesmo patamar de alguns intermediários mais avançados, mas aí seria necessário fazer comparativos melhores para dizer quais se encaixam neste caso.

Mas a verdade é que se você quer tirar fotos incríveis com o celular, não precisa de um topo de linha. Afinal, fotografia também é arte, e mesmo com hardware limitado, um bom olhar pode tornar praticamente qualquer situação em uma foto incrível.

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