Idoso em atividade: Alzheimer se apresenta como perda de funções como memória e linguagem
Sem a descoberta de uma cura para a doença degenerativa que afeta mais de 20 mil pessoas no Estado, o diagnóstico acertado e precoce do Alzheimer continua sendo alternativa para retardar a evolução de sintomas.
Um novo exame de sangue, mais barato que a técnica existente, chegou ao País recentemente e promete ajudar a detectar a doença.
Neste mês, a FDA (agência americana que regula o setor) aprovou um teste para estimar os níveis de placas amiloides que se acumulam, em grandes quantidades, no cérebro de quem tem a doença.
No Brasil, a rede de saúde Dasa lançou o teste que procura identificar dois tipos da proteína beta-amiloide. Uma das vantagens apontadas é evitar a realização da punção lombar para coleta do líquor (líquido da espinha), que é o exame feito hoje com o mesmo objetivo, mas de alto custo.
O novo teste de sangue sairá por cerca de R$ 1,5 mil, o que a Dasa estima que seja um terço do método disponível hoje.
Mesmo com o exame, médicos alertam que o diagnóstico do Alzheimer é complexo e continua a ser principalmente clínico.
A neurologista e professora de Neurologia da Multivix Soo Yang Lee explicou que hoje o diagnóstico é baseado na história clínica e em exames laboratoriais e de imagem. “O objetivo é descartar situações que possam provocar demência, assim como o Alzheimer”.
A neurologista Soo Yang Lee explicou que o novo exame também deve ser indicado em caso de dúvida diagnóstica
Ela reforçou que a pesquisa dos níveis de algumas proteínas, feita pela análise do líquor, é um exame de alto custo e solicitado só em casos específicos. “O novo exame de sangue também deve ser indicado no caso de dúvida diagnóstica”.
O médico neurologista José Antonio Fiorot Júnior salientou que o diagnóstico de Alzheimer é feito através da avaliação médica.
Para ele, exames complementares, como este lançado, têm como contribuição ser uma opção menos invasiva, sem a necessidade da punção lombar.
O neurologista e coordenador do Serviço de Neurologia do Hospital Unimed Vitoria, Daniel Escobar, reforçou a importância de um diagnóstico certeiro e precoce no Alzheimer. “Existem outros quadros de demência que podem ter tratamento e ser reversível.”
Ele falou sobre a expectativa da chegada de novos tratamentos para a doença: os anticorpos monoclonais.
FIQUE POR DENTRO
Doença de Alzheimer
- É uma enfermidade incurável que afeta, na grande maioria dos casos, os idosos.
- A doença se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais.
- O Alzheimer é caracterizado pela piora progressiva dos sintomas, sendo dividida em três fases: leve, moderada e grave.
- Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família.
Diagnóstico
- É muito comum que os sintomas iniciais da Doença de Alzheimer sejam confundidos com o processo de envelhecimento normal, ou até mesmo com outros problemas, o que faz com que em muitos casos a enfermidade seja diagnosticada tardiamente.
- O diagnóstico hoje, segundo médicos, se dá de forma clínica, isto é, depende da avaliação feita por um médico que irá definir, a partir de exames e da história do paciente, qual a principal hipótese para a causa da demência.
- Exames de sangue e de imagem, como tomografia ou, preferencialmente, ressonância magnética do crânio, podem ser realizados para excluir a possibilidade de outras doenças.
Novo exame
- Chegou recentemente ao Brasil um novo teste para ajudar os médicos no diagnóstico de em casos de demência leve.
- O exame de sangue é recomendado para pessoas com comprometimento cognitivo leve (como perda de memória ou de atenção) ou com suspeita de demência.
- Ele procura identificar dois tipos da proteína beta-amiloide, a 40 e a 42 , que é considerada o principal biomarcador da doença.
- Hoje, o teste para estimar os níveis das placas amiloides, que se acumulam no cérebro de quem tem a doença, pode ser feito por meio de punção lombar para coleta do líquor, sendo mais caro e mais invasivo.
- O novo teste para risco de Alzheimer já está disponível nos laboratórios de medicina diagnóstica da Dasa, em vários estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e outros.
Valores
- O novo exame de sangue custa cerca de R$ 1,5 mil.
- Já o método de punção, segundo médicos, custa entre de R$ 3 mil a R$ 4,5 mil.
Auxílio
- Apesar disso, médicos reforçam que o exame não fecha um diagnóstico, mas pode complementar as informações, principalmente quando há alguma dúvida.
Fonte: Dasa, médicos consultados e Associação Brasileira de Alzheimer.