Frio: Cobertor e casaco ficam mais caros, e clientes buscam pela internet – UOL Economia

Os preços de casacos e cobertores estão mais caros nas lojas físicas, o que fez com que consumidores buscassem as lojas online para tentar economizar. De acordo com comerciantes ouvidos pelo UOL, os produtos de inverno estão cerca de 10% mais caros pelo início do tempo frio.

A recepcionista Tatiane Rebouças Maia desistiu de lojas físicas depois de ver os preços de algumas blusas. Para economizar, decidiu comprar suas peças de frio na loja online chinesa Shein.

Tatiane fez compras em um site internacional para buscar preços melhores

Imagem: Acervo pessoal

“Eu estava procurando algumas opções de blusas de tricô e outras mais simples, daquelas que usamos de segunda pele, mas os preços estão absurdos. Decidi fazer uma compra teste na Shein e estou esperando chegar. Gastei R$ 142 em uma blusa de gola alta preta e em outra de tricô”, declara Maia.

Ela diz que chegou a encontrar blusas de tricô por R$ 250 em lojas de departamento em São Paulo. Por causa da pandemia, fazia tempo que não comprava peças de inverno.

“Como fiquei sem sair de casa bastante tempo, usava o que tinha. Agora que estou trabalhando presencialmente, voltei a comprar algumas peças”, afirma.

As notícias sobre o frio assustaram a assistente de marketing Lohana Thereza da Costa, que decidiu comprar cobertores.

Lohanna decidiu comprar dois cobertores por causa do frio desta semana

Imagem: Acervo pessoal

“Eu fiquei bem assustada com o frio que estava chegando, então com o que eu mais me preocupei foi pesquisar os preços em lojas que entregavam em um ou dois dias”, afirma.

Costa diz que já esperava preços altos, pois diversos outros produtos estão mais caros no dia a dia, por causa da inflação. Ao analisar o prazo de entrega, decidiu comprar dois cobertores, um de R$ 195 na Amazon para si e outro de R$ 260 para o irmão, no Magazine Luiza.

“O preço está alto assim como tudo. Achei um aumento natural em relação a tudo que subiu, infelizmente”, afirma.

Lojistas dizem que peças estão mais caras

O UOL conversou com lojistas que afirmam que os preços das peças de inverno estão mais caros neste ano: sejam moletons, casacos, calças ou cobertores, tudo está pesando mais no bolso.

Elaine Irene da Silva Santos é dona da loja Miss Deny Boutique, no Tatuapé, bairro da zona leste de São Paulo. Da semana passada para esta, já sentiu um aumento de 10% nos preços cobrados pelos fornecedores nas peças de frio. Santos diz que os fornecedores alegam que o tecido está mais caro.

As roupas de inverno começaram a vir agora, e eu já senti um aumento de uns 10% de uma semana para a outra. Eu consegui segurar os preços por enquanto, mas já estou avisando os clientes que as próximas levas vão ter um reajuste no valor, porque os fornecedores já me avisaram de um novo aumento.
Elaine Irene da Silva Santos, dona da Miss Deny Boutique

Para ela, o aumento dos preços tem a ver com as notícias da frente fria que chega em todo Brasil. “Os clientes já estão começando a se prevenir pelas notícias de frente fria. A procura aumentou, principalmente porque muita gente ficou quase dois anos sem comprar nada por causa da pandemia e agora os clientes estão sem roupas de frio”, diz Santos.

Uma funcionária de uma loja de departamento, que preferiu não se identificar, afirma que os preços dos cobertores estão mais altos.

Em visita a lojas de rua, a reportagem encontrou cobertores entre R$ 150 e R$ 200 e casacos mais quentes, de tecido acolchoado, por R$ 200.

Em outra loja que vende roupa íntima, pijamas, cachecóis e meias, a busca por pijamas longos aumentou. “Os produtos aqui na loja estão 10% mais caros, mais ou menos. Está tudo caro em qualquer lugar”, afirma a vendedora Andressa Rodrigues, da loja Sfera Modas Multimarcas, no Tatuapé.

Maria de Jesus, gerente da loja de roupas Mallinus, também no Tatuapé, disse que os preços subiram quase 40% do começo do ano até agora. Hoje existem calças com valores de R$ 80 a R$ 100, jaquetas de até R$ 200 e blusas de tricô na casa dos R$ 80.

“Nos últimos meses, os preços subiram bastante. Aumentou cerca de 40%, e repassamos uma parte para o consumidor”, disse.

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