Não é de hoje que os avanços tecnológicos vêm contribuindo para o tratamento de diversas doenças no campo da medicina. Com o advento da videolaparoscopia, outras técnicas cirúrgicas ganharam espaço cada vez mais espaço, equipamentos foram modernizados e os procedimentos estão cada vez menos invasivos.
Segundo o médico urologista Leandro Leal, atualmente os robôs se tornaram grandes aliados nos centros cirúrgicos em diversas áreas, inclusive em operações no sistema urinário.
Pinças robóticas reproduzem os movimentos feitos pelo médico e promovem maior precisão nos cortes, menos sangramentos e a recuperação pós operatória é, em geral, muito melhor.
Desde que adotou a técnica, o urologista realizou mais de 115 operações e 96% dos pacientes tiveram alta hospitalar com um dia de pós operatório. Um número antes inexistente quando o único recurso era o da videolaparoscopia, de acordo com o profissional.
Como exemplo, o médico destacou as cirurgias de câncer de próstata. “Eu nunca consegui dar alta para os meus pacientes com menos de três dias. Com a técnica robótica, eu já operei 65 pacientes só de câncer de próstata e um deles apenas que teve que ir embora no segundo dia, mas não por complicação da cirurgia. Ele era um paciente que era renal crônico e teve que fazer diálise antes de ir para casa”, explicou.
O advogado Itamar Hercolano Pereira, de 69 anos, passou pelo procedimento e contou como foi a experiência. “Faço exame de próstata desde que tinha 40 anos. No último rastreio o médico em Cachoeiro de Itapemirim, onde moro, constatou um câncer. O diagnóstico foi confirmado e ele indicou a cirurgia. Realizei o procedimento no último dia 3 de fevereiro e estou extremamente bem”.
Cirurgia robótica pode ser realizada em outras especialidades
A cirurgia robótica pode ser realizada em todas as especialidades que antes utilizavam a videolaparoscopia, mas de acordo com Leandro Leal, ela tem se destacado em doenças do ramo da urologia: câncer de próstata, doenças benignas da próstata, câncer de rins e bexiga.
Cirurgia ainda não é contemplada pelo SUS
Infelizmente, a realidade da cirurgia robótica ainda está distante para muitas pessoas que não têm condições de custear o procedimento. “Há o custo da cirurgia robótica que ainda não é incluída pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pelos planos de assistência médica, mas é um investimento para a saúde”, alega o médico.
De maneira geral, os convênios alegam que o procedimento não está previsto no rol da Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS) e por esse motivo não são obrigados a custa-lo.
O procedimento, dependendo do quadro do paciente, da patologia e de uma série de outros fatores pode chegar a custar entre R$20 mil e R$35 mil. Porém, em casos específicos, a Justiça têm obrigado operadoras de saúde a arcarem com todo os custos e despesas desse tipo de tratamento.