Soldado russo julgado na Ucrânia por crime de guerra se declara culpado – Globo

O primeiro soldado russo julgado por crime de guerra na Ucrânia desde o início da invasão russa se declarou culpado nesta quarta-feira (18), reconhecendo todas as acusações contra ele.

Interrogado se admitia “sem ressalvas” todo o ato, incluindo o crime de guerra e as acusações de assassinato premeditado, o suboficial de 21 anos, Vadim Shishimarin, disse que “sim”.

O tribunal que julga o caso ainda não determinou a sentença final. Caso condenado, o militar russo pode pegar prisão perpétua. Ele responde por crime de guerra e homicídio premeditado.

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Soldado russo, Vadim Shishimarin, 21, sendo levado pela polícia ucraniana — Foto: Viacheslav Ratynsky/REUTERS

Soldado russo, Vadim Shishimarin, 21, sendo levado pela polícia ucraniana — Foto: Viacheslav Ratynsky/REUTERS

Por outro lado, o julgamento do combatente foi adiado para esta quinta-feira porque muitos membros da mídia estavam lotando o tribunal em Kiev.

Ele é acusado de matar um civil desarmado de 62 anos na região de Sumy, na Ucrânia, de acordo com o gabinete do procurador-geral do país.

Ainda de acordo com a acusação, o soldado e mais três militares russos que o acompanhavam roubaram o veículo em que estavam de outro civil para fugir de tropas ucranianas. No caminho, passaram pela vítima, que andava de bicicleta e falava ao telefone.

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Soldado russo, de 21 anos, durante o primeiro julgamento por crimes de guerra contra a Rússia, no qual é réu, em 13 de maio de 2022 — Foto: Viacheslav Ratynskyi/ Reuters

Soldado russo, de 21 anos, durante o primeiro julgamento por crimes de guerra contra a Rússia, no qual é réu, em 13 de maio de 2022 — Foto: Viacheslav Ratynskyi/ Reuters

Shishimarin foi capturado posteriormente por tropas ucranianas.

O caso é o primeiro de ao menos 10.000 suspeitas de crimes de guerra que a Ucrânia disse ter identificado desde o início dos ataques da Rússia ao país.

A família da vítima também estava no tribunal e deveria testemunhar.

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Soldado russo acusado de crime de guerra chega à julgamento em Kiev, na Ucrânia, em 13 de maio de 2022 — Foto: Viacheslav Ratynskyi/ Reuters

Soldado russo acusado de crime de guerra chega à julgamento em Kiev, na Ucrânia, em 13 de maio de 2022 — Foto: Viacheslav Ratynskyi/ Reuters

A Rússia disse que ainda não tem detalhes sobre o caso de Shishimarin na Ucrânia e considera as acusações “inaceitáveis”, “ultrajantes” e “encenadas”, segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Na semana passada, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou a abertura de investigação sobre suspeitas de violações cometidas por tropas russas na Ucrânia. No mesmo dia, militares da Rússia foram flagrados por câmeras atirando nas costas de civis ucranianos que caminhavam na rua e morreram.

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Alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, durante reunião da organização — Foto: Denis Balibouse/REUTERS

Alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, durante reunião da organização — Foto: Denis Balibouse/REUTERS

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse que há inúmeros exemplos de casos suspeitos de crimes de guerra e que, até agora, enviados da ONU já encontraram cerca de mil corpos nos arredores de Kiev.

“Abrimos mais de 11.000 investigações de crimes de guerra e prendemos 40 suspeitos”, disse ela. “Com este primeiro julgamento, enviamos um sinal claro de que nenhum carrasco, ninguém que ordenou ou ajudou a cometer crimes na Ucrânia escapará à justiça”, afirmou a procuradora-geral ucraniana, Iryna Venediktova, sublinhou a importância do caso para o seu país.

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