A fabricante francesa de tubos de aço Vallourec anunciou nesta quarta-feira (18) a intenção de suprimir cerca de 2.950 cargos no mundo, 320 deles na França, confrontando o governo com seu primeiro plano social desde que Élisabeth Borne assumiu o cargo de primeira-ministra.
O grupo anunciou em comunicado uma redução “de 2.400 postos de trabalho” em seguida, sobretudo, ao fechamento de suas instalações na Alemanha, assim como a supressão “de cerca de 550 postos de trabalho”.
Em meados de novembro, após um longo processo de reestruturação financeira, a Vallourec havia anunciado a colocação à venda de suas atividades na Alemanha e a suspensão da fabricação na Europa de tubulações para a indústria. Ela previu a transferência de parte de suas atividades para o Brasil.
Segundo o CEO da empresa, Philippe Guillemot, as primeiras demissões devem ocorrer no fim de 2022 e se estender “por todo o ano de 2023, em particular na Alemanha”.
“Somos fatalistas, duvidávamos disso (…) É o fechamento do local pura e simplesmente”, reagiu Michaël Tison, delegado sindical de Saint-Saulve, na saída da fábrica onde o anúncio foi feito aos funcionários. “A Vallourec teve dinheiro público para fazer investimentos no Brasil e no Chile, onde irão construir fábricas, e é a França que sofre as consequências”, criticou.
O grupo realizou 916 milhões de euros em volume de negócios no primeiro trimestre de 2022, em progressão de 30,5% em relação ao mesmo período de 2021, reduzindo seu prejuízo líquido a 35 milhões de euros, contra 93 milhões de euros com base no mesmo período do ano passado. (AFP)