Para o médico sanitarista Gonzalo Vecina, o aumento no número de casos e internações por covid-19, que tem sido registrado em alguns estados, não se deve a uma nova onda da pandemia, e sim pela flexibilização, antes da hora, das medidas que obrigavam o uso de máscaras.
“Isso tudo é fruto do relaxamento social e da falta de mascara, e de levantar o decreto emergência sanitária foi um erro”, afirmou Vecina, durante participação no UOL News – Manhã, programa do Canal UOL.
Ao falar em “levantar” a “emergência sanitária”, Vecina se referiu ao decreto publicado no final de abril, pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que em portaria oficializou o fim do estado de emergência pela covid-19.
Era o decreto da Espin (Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional) o que permitia a autorização emergencial de vacinas e a compra de materiais hospitalares sem licitação. Na época, Queiroga falou em queda no número de casos para justificar a medida.
Quase um mês depois da medida, porém, a porcentagem de testes positivos para a covid-19 está crescendo em São Paulo, e a taxa de transmissão da doença no Brasil, também.
“Temos que continuar usando mascaras por muito tempo”, destacou Vecina, pontuando a necessidade de a população continuar utilizando-as em locais fechados. “O que está acontecendo é fruto da extinção das máscaras, e não de uma quarta onda”, acrescentou.
Ontem, a média móvel de casos de covid-19 ficou estável no Brasil, mas só depois de permanecer por 11 dias consecutivos em alta, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.